domingo, 6 de julho de 2008

A Energia Nuclear

Energia Nuclear

Energia obtida a parir da fissão ou da fusão nucleares. Na fissão nuclear, o núcleo de um átomo pesado é dividido em duas partes de tamanhos de tamanhos comparáveis; na fusão, dois ou mais núcleos relativamente leves combinam-se para formar um núcleo mais pesado. Ambos os processos envolvem a liberação de grandes quantidades de energia. A energia das reações nucleares foi controlada para ser utilizada com propósitos pacíficos e militares ou seja arma nuclear. A fusão nuclear controlada, porém, ainda não foi atingida. Experiências que investigam a radiotividade e a estrutura atômica no final do século 19 e início do século 20 levaram a idéia de um núcleo pequeno e denso localizado no centro do átomo e à detecção do neutron como componente deste núcleo. Uma experiência realizada por Otto Hahn e Fritz Strassman em 1938 envolvia o bombardeio de átomos de urânio. Os dois discutiram os resultados de suas experiências com Meitner, que apresentou a teoria de que eles haviam partido o núcleo do urânio em duas partes. Seus cálculos mostraram que a massa total dos fragmentos de fissão era ligeiramente menor do que a massa do uranio a partir do qual se originaram. Einstein havia predito que a massa podia ser convertida em energia em sua equação E =mc ao quadrado (sendo E a energia, m a massa e c uma constante, a velocidade da luz). A descoberta da fissão levou a uma grande atividade por parte dos cientistas com o objetivo de liberar a energia do átomo. A pilha atômica de Fermi demonstrou a possibilidade da reação em cadeia auto- sustentado, na qual os neutrons liberados pela fissão dos átomos de urânio podiam ser utilizados para quebrar mais átomos de urânio. Isso forneceu a base para o projeto de reatores nucleares e o uso pacífico da energia nuclear. Tornou-se também aparente que uma reação em cadeia descontrolada poderia ser utilizada para a confecção de uma bomba atômica.


Energia Nuclear no Brasil

O desenvolvimento de pesquisas em física nuclear, a partir de 1938, foi iniciado no Departamento de Física da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Montado antes do final da II Guerra Mundial, o departamento começou a pesquisar a fissão, na mesma época em que estudos similares aconteciam no exterior. Terminada a guerra, surgiu o interesse pelas aplicações militares da energia nuclear. Um dos maiores envolvidos com esse processo foi o almirante Álvaro Alberto ( nome oficial dado ao complexo que aloja a Usina Angra I ). O segundo foi o interesse demonstrado pelo almirante Álvaro Alberto na compra das ultracentrífugas para enriquecimento isotópico do urânio, equipamentos já na época produzidos na Alemanha. O terceiro foi a instalação, em São Paulo ( no atual Ipen/CNEN, na Cidade Universitária - USP), de um reator de pesquisa, fornecido pelo presidente Eisenhower, dos EUA ( Estados Unidos da América ), dentro do programa '' Átomos para a paz'' . Este equipamento ( um reator do tipo de piscina ), Opera até hoje e utiliza urânio levemente enriquecido como combustível.

Já nos anos 50, os filósofos brasileiros perceberam existi duas linhas para o domínio da tecnologia nuclear : a do urânio natural e a do urânio enriquecido. Naquela ocasião ficou evidenciado que as nações centrais detentoras da tecnologia do urânio enriquecido não a repassariam para os países do Terceiro Mundo. Restava, portanto uma única saída : o Brasil deveria lançar-se numa linha autóctone de pesquisas, baseadas no manejo do urânio natural. Em função de uma série de indecisões políticas e do autoritarismo do governo federal, o esforço obtisnado dos físicos brasileiros ruiu em 1969, quando o então presidente Costa e Silva adquiriu um reator atômico de urânio enriquecido ( tipo reator de água leve pressurizada ), da Westinghouse norte - americana. Ao mesmo tempo, colocou na legalidade a existência do Programa Nuclear Paralelo - aliás, um dos objetivos ocultos do documento assinado em 1975 com os alemães -, visando à construção de um submarino de população nuclear e à capacitação tecnológica brasileira para a eventual construção de artefatos bélicos nucleares.



IURI JONES



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